Filha celebra bodas de prata no mesmo dia em que pais festejam bodas de ouro
‘Não há fórmula mágica para um relacionamento ser duradouro. Vai além do amor, é saber se colocar no lugar do outro e respeitar a individualidade e o espaço de cada um’.
É assim que a designer de interiores Débora Alcaraz, 47, tenta definir o que vive ao lado do marido, Ramon, 51, na comemoração dos 25 de casamento. Ela prefere não pregar a existência de um casamento ‘blindado’, como dizem por aí. Tudo o que sabe sobre relacionamento transcende sua própria experiência e vai ao encontro do que viu no convívio dos pais, Sergio, 75, e Maria Isabel Sartori, 70, que também celebram bodas em 2017, só que de ouro.
Para comemorar os aniversários dos matrimônios, o quarteto de Santo André (SP) resolveu renovar os votos de amor com tudo que um casamento tem direito: cerimônia com a bênção de um padre, jantar, decoração, pista de dança, alianças e 200 convidados.
Renovar os votos, aliás, faz parte da vida de Débora e Ramon, mas até então só tinham feito isso no âmbito particular. Aos 21 anos de casados, brindaram a união nas Ilhas Maldivas; aos 15, em Bora Bora.
Contudo, a data mais aguardada era a das bodas de prata. A coincidência dos 50 anos de casados dos pais alimentou ainda mais a vontade de realizar um evento conjunto.

“Foram cinco anos fazendo contagem regressiva e pensando como seria emocionante fazer uma comemoração que tivesse a cara dos quatro”, diz Débora. Como a mãe planejou todo casamento da filha, há 25 anos, a designer quis fazer o mesmo com a festa de agora. Um ano e meio antes, todos fizeram uma visita à Fazenda Legeado, no interior de São Paulo, e decidiram que seria este o local para as bodas.
De lá para cá, a rotina de Débora foi a de uma noiva em busca de agradar dois casais em vez de um. Ela contratou a assessora Babi Leite para auxiliá-la e recorreu aos casamentos originais para trazer à memória o passado. A prima Dani, daminha de honra que tinha cinco anos anos na cerimônia de 25 anos atrás, levou novamente as alianças, além disso, Maria Isabel carregou o mesmo terço que usou há 50 anos.

A lista de presentes foi substituída por um “presente consciente”, em que quem quisesse oferecer algo aos casais o fizesse por meio de doações às instituições Médicos Sem Fronteiras e AACD.
Se por um lado o “frio na barriga” foi o mesmo, a diferença entre os eventos é o que mais marcou. “No primeiro casamento, tinha a expectativa de como seria viver o resto da minha vida com ele, agora, tive o sentimento de realização e o desejo de que possamos seguir juntos, nos amando e nos respeitando até o final”, afirma a designer.
As promessas de união na saúde, na doença, na tristeza etc. foram substituídas por votos emocionados e agradecimentos aos parceiros(as) por tantos momentos de superação e alegria. No vídeo abaixo, dá para ter um gostinho de como foi a cerimônia:
Pode parecer perfeito, mas não é bem assim. Débora conta que, ao longo da vida, os pais enfrentaram desafios que a fizeram pensar o que casamento não iria resistir, “mas o amor que os une e a vontade de fazer dar certo são tão fortes que eles foram encontrando os caminhos ao longo do tempo”.
No caso dela e de Ramon, foi a experiência a professora. “Não somos infalíveis, as pessoas são diferentes, tentar entender o outro e suas atitudes e fraquezas pode ser o início de um casamento duradouro. Não há união que resista quando um dos dois já não é mais feliz.”